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Pastoral da Sobriedade

Nilo Momm

A Campanha da Fraternidade de 2001 nos propõe que organizemos, em nossa comunidade, a Pastoral da Sobriedade[1], reunindo agentes de pastoral que ajudem a descobrir o gosto pela vida, o profundo significado da liberdade, do amor como base da própria existência e para a prática da partilha.

 

O quer é a Pastoral da Sobriedade

 

A Igreja do Brasil assumiu um papel pioneiro nesta luta em defesa da vida e contra as drogas ao propor e aprovar na 36ª Assembléia Geral da CNBB, em abril de 1998, a criação da Pastoral da Sobriedade.

Pastoral da Sobriedade é a expressão do amor gratuito do Pai que desperta em nós a solidariedade com o mundo e com a humanidade, fazendo dos excluídos os nossos preferidos.

Alguns elementos caracterizam a nova Pastoral:

·        A Pastoral da Sobriedade é Pastoral, isto é, continuação da presença e da ação misericordiosa, amorosa, acolhedora e libertadora de Jesus o Bom Pastor e Bom Samaritano, que acolhe sem reserva, salva, regenera, ressuscita e chama Lázaro a sair do túmulo e a experimentar o novo.

·        É uma ação da Igreja, vivida a corpo, em comunhão com a Igreja e com o amor recíproco entre nós, para permitir a Jesus Ressuscitado viver no meio de nós e fazer passar os dependentes da morte para a vida.

·        É fundamentada na vivência do Evangelho que não apenas liberta das drogas mas faz entrar na dinâmica da vida de amor de Deus e faz os homens novos que encontram a plenitude e alegria de viver na doação de si.

·        Não é apenas libertação das drogas, mas é proposta de vida nova, reconstrução da dignidade e do valor dos dependentes, imagem e semelhança de Deus que, transformados pelo Evangelho e pelo encontro com Jesus Vivo, assumem um novo projeto de vida, entram na dinâmica trinitária da doação e comunhão e descobrem um novo sentido de vida.

·        A recuperação e a libertação é ação de Deus e não apenas esforço humano, mas valoriza e se serve de todos os recursos médicos e psicológicos oferecidos pelas ciências humanas.

·        A Pastoral da Sobriedade é ecumênica: conclama todas as Igrejas e pessoas de boa vontade a colaborar e lutar por uma vida plena.

 

 

 

A Pastoral da Sobriedade, atuará, em cinco  frentes de trabalho:

1. Prevenção: será dirigida ao público que nunca experimentou drogas e àqueles que já as experimentaram, sem, entretanto, terem se habituado ao uso.

2. Intervenção: atuará junto ao público que já se iniciou no uso de drogas, faz uso dela com alguma freqüência, mas ainda não necessita internamento.

3. Recuperação: oferecerá atendimento aos usuários de droga, nos quais já se instalou a dependência química, necessitando internamento.

4. Reinserção social: auxiliará os que passaram por um tratamento, no retorno è vida ativa.

5. Atuação política: desenvolverá reflexão e atividades junto aos  organismos que atuam na sociedade (Conselhos, fóruns...), defendendo sempre uma política "antidrogas" que seja eficaz, prática e que gere vida.

 

Como iniciar a Pastoral da Sobriedade

 

Primeiro passo: levantamento do que já existe. O primeiro passo a ser dado é o levantamento dos recursos existentes na comunidade, ou seja, o que já existe e que tem a ver com a Pastoral da Sobriedade. Quais são as pessoas, entidades que estão trabalhando em atividades ligadas à Pastoral da Sobriedade: comunidades terapêuticas, clínicas, hospitais, Conselho Municipal de Entorpecentes, grupos de auto-ajuda, tipo AA, NATA, Amor Exigente etc. Relacionar grupos de jovens da Pastoral da Juventude, movimentos e pastorais, convocando a todos para um encontro específico sobre a Pastoral.

Segundo passo:  com  a primeira reunião geral, já se está dando início à Pastoral da Sobriedade. Dadas as explicações e motivações, distribua-se o cadastro e solicite-se a inscrição dos que estão motivados pela causa e comprometidos com ela.

Terceiro passo: criação de uma comissão para a Pastoral da Sobriedade e início dos trabalhos. Iniciar o trabalho de prevenção, que visa a evitar o mal antes que aconteça. É importante reforçar os grupos já existentes e formar outros, inclusive nas escolas. 

Quarto passo: intervenção e tratamento. O ideal é que em cada paróquia, exista pelo menos um grupo de auto-ajuda funcionando. Se não houver nenhuma comunidade terapêutica, é necessário elaborar um projeto, buscar recursos financeiros, treinar pessoal apropriado, entrar em contato a Pastoral da Sobriedade, ou com algum outro órgão ligado a alguma instituição que possa  ajudar no treinamento dos agentes.

Outros passos: entrar em contato com comunidades terapêuticas bem conceituadas, que já estão se espalhando por todo o Brasil; montar um espaço que funcione como referência da Comissão da Pastoral da Sobriedade. O ideal é que se disponha de um  endereço onde funcione durante o dia, uma "Casa de Acolhida", pessoas voluntárias como referência, e, à noite, os grupos de auto-ajuda. Isso colabora para tirar a Pastoral do anonimato  Aos poucos a paróquia poderá se articular com outros núcleos diocesanos e de âmbito regional.

 

Publicado:

Revista Rainha dos Apóstolos

Maio de 2001



[1] Entre os subsídios da Pastoral da Sobriedade, destacamos:

Nilo MOMM e Wilsom BASSO, scj.  Prevenção ao uso de drogas: roteiro para grupos de jovens. Centro de Capacitação da Juventude, 1998.

MOMM, Nilo, Pastoral da Sobriedade. Pronunciamentos da Igreja. Ed. Loyola,  1999.

Nilo MOMM e Juliana Camargo Momm, Escolha e Felicidade - Vida sem Drogas. Ed. Loyola,  2000.

 

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Nilo Momm