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Meu amigo uso drogas. O que fazer?

 

 

Muitas vezes nos defrontamos com um problema muito sério. Descobrimos que nosso melhor amigo está usando drogas. E dai! O que fazer?

Em primeiro lugar precisamos saber que existem três tipos principais de usuários de droga:

Usuário eventual: experimentador ou curioso, que usa a maconha uma vez por outra, por curiosidade, modismo ou imitação;

Usuário dependente: apresenta dependência psíquica pela droga, e esta acaba criando nele um estado de necessidade psicológica que se torna um importante obstáculo à interrupção do seu uso;

Usuário crônico: provêm do grupo anterior através do uso habitual e continuado da droga. No que diz respeito ao tempo e à quantidade da droga necessária para se atingir a cronicidade, eles variam em limites bem amplos. Em geral, admite-se o indivíduo como canabista crônico, quando fuma alguns cigarros por dia, três ou mais, todos os dias da semana, durante meses ou anos.

Assim sendo, o primeiro passo, é não abandonar o amigo. Procure identificar em que estágio ele se encontra, para saber como você pode ajuda-lo. Afinal ele é seu amigo.

Se o seu amigo é um usuário eventual, converse com ele. Diga a ele o que você sabe sobre as drogas. Procure descobrir porque ele está se destruindo. Mostre a ele que a droga é perigosa e que ele ainda pode sair dela sem grandes prejuízos, mas que depois poderá ser tarde demais. Mostre a ele que a vida é bela, que nós somos seres únicos e temos liberdade de escolha. Lembre a ele que não se afaste de Deus, que reze. É importante que ele se afaste dos “amigos” que sustenta seu vício. Se isto tudo não surtir resultados, procure ajuda. Descubra quem pode influenciar o seu amigo no sentido de ajuda-lo. Não tenha receio. Aconselhe-o a procurar um grupo de AA – Alcoólicos anônimos ou NA – Narcóticos anônimos.

Já se o seu amigo é um usuário dependente o caso é bem mais sério. Imediatamente procure ajuda. É um caso para pessoas especializadas. Descubra quem conhece o assunto. Procure ajuda da família e solicite que a mesma tome providências para o tratamento. Será necessário, provavelmente, o internamento por algum tempo. Não abandone seu amigo mas deixe bem claro para ele que você não tolera drogas e evite de todas as maneiras aproximar-se delas.

No caso do usuário crônico, procure, como no caso do dependente, ajuda urgente. Sozinho você não pode nem deve fazer nada.

A dependência química infelizmente vem proliferando em todas as classes sociais e em todos os lugares. Assim sendo, ninguém poderá eximir-se de ter que enfrenta-la, muitas vezes dentro de sua própria casa. Com isso parece-nos claro que a primeira atitude frente à constatação dessa enfermidade deva ser no sentido de restabelecer os vínculos a partir do momento em que ela se fez presente, no intuito de atacar as razões e as causas que levaram a pessoa a usar a droga. Para isso faz-se necessário restabelecer o diálogo, a compreensão e o senso crítico, que talvez tenham faltado para quem iniciou-se nesse terrível caminho das drogas.

O verdadeiro amigo, deve forjar este vínculo num clima de comprometimento e sinceridade, encaminhando a questão no sentido de apóia-lo em todas as horas, não se omitindo e buscando informações que lhe permitam afasta-lo das drogas.

Praticamente todo trabalho de recuperação de drogados é baseado no trinômio: trabalho, oração e disciplina. De uma clínica para outra só mudam as intensidades de cada fator. Assim oriente seu amigo para que volte a rezar e reze por ele. A oração fortalece e equilibra emocionalmente e mentalmente. Ajude-o a se ocupar e de preferência uma ocupação produtiva. Assim ele se sentirá útil e gastará suas energias. Insista com ele para que ele se imponha uma disciplina em casa, com os amigos, na escola, enfim em sua vida. É necessário que ele desenvolva nele o desejo de ele próprio controlar sua vontade e ter objetivos elevados e dignos.

Nunca esqueça que o diálogo é o melhor caminho. Dialogue muito com seu amigo e insista que ele inicie um diálogo com seus amigos e familiares.

Seu amigo precisa de ajuda. Ele está doente. Não o abandone. Ele é seu irmão.

 

Nilo Momm

Porto Alegre: PUC, Mundo Jovem, 0utubro de 1998.

 

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Nilo Momm