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Escolha a vida

 

Nilo Momm

 

Deus nos criou seres únicos, especiais e irrepetíveis. Dentre os mais de seis bilhões de habitantes do planeta terra, não existem, nunca existiram e nem existirão dois iguais.

Recebemos dons especiais que nos tornam diferentes dos demais animais. Dons que nos identificam como seres humanos. Entre estes dons temos a autoconsciência (poder atuar como observador de seu próprio caminho), a imaginação (capacidade de criar na mente imagens que transcendem a realidade), a moral (consciência profunda do que é certo ou errado), e a livre escolha (capacidade de agir conforme nossa autoconsciência, livre de qualquer influência). Por último, temos ainda o dom do humor.

Se tudo isto não bastasse, Deus nos deu talentos e nos assiste com a sua graça para que saibamos usar destes dons especiais que nos tornam humanos.

A nós, basta vontade e disciplina para que nossa vida esteja sempre no rumo certo.

Não podemos esquecer, ainda, que Ele nos revelou através de seu filho o caminho, a verdade e a vida (João 14, 6) e que Ele veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância. (João 10, 10)

É importante que tenhamos consciência destas maravilhas que Deus nos fez porque é exatamente sobre elas que agem as drogas, inclusive o álcool e o cigarro. O usuário de drogas torna-se um dependente, isto é, precisa de uma bengala, de um arrimo para se manter. Em outras palavras, torna-se um imbecil. O usuário de drogas perde a autoconsciência, a imaginação, a moral, a liberdade de escolha e o humor. Ou seja, perde a sua racionalidade. Torna-se um animal.

 

A família

 

A família é a instituição mais antiga da sociedade humana. Até hoje não se descobriu nada que possa substitui-la. É no aconchego de um lar, no colo de uma mãe e nos braços de um pai, que se forma a criatura humana. Os pais são os primeiros e os principais educadores. O dever de educar dos pais é essencial, original, primário, insubstituível e inalienável, portanto não delegável.

A família não pode ser um local onde alguns mandam e outros obedecem, nem uma escola, onde há os que sabem e os que precisam aprender. É lugar de diálogo e de amor. Todos crescem juntos.

Até o início do século vinte, as informações eram passadas verbalmente de pai para filho. Assim a informação permanecia inalterada de geração para geração. Nos últimos anos passamos por mudanças muito rápidas. Primeiro foi a imprensa, depois o rádio, a televisão e por fim informática.

A família precisa de uma nova postura mental, de novas habilidades. O desejo de criar uma família já não é o bastante. As boas idéias também não são suficientes. Precisamos ter uma estrutura básica de princípios fundamentais que possam ser aplicados em qualquer situação. Entre estes princípios está a justiça, a fidelidade, a fraternidade, a honestidade, a confiança, o amor.

Como pais somos responsáveis pela eternidade de nossos filhos. Educá-los pode ser uma tarefa cansativa mas também pode ser agradável e trazer felicidade. Viver em harmonia com princípios fundamentais ou leis naturais é absolutamente essencial para a qualidade de vida familiar. Estes princípios são universais e evidentes por si mesmos. Eles determinam o sucesso das pessoas, grupos familiares, organizações e civilizações através dos tempos.

É na família que devem encontrar espaço as primeiras ações preventivas e as primeiras intervenções nos confrontos com a droga. A prevenção exige atenção aos estímulos sociais, aos fatores de risco, a participação na sociedade.

A família é a primeira mas não a única e exclusiva comunidade educativa.

 

A escola

 

Em 1940, os principais problemas nas escolas eram: conversa durante a aula, goma de mascar, fazer barulho, correr nos saguões, furar a fila, não usar o uniforme e fazer bagunça. Em 2000, passaram a ser: abuso de drogas, abuso de álcool, gravidez, suicídio, estupro, roubo e assalto.

Nosso sistema educacional promove a competição individual. O modelo de vida que tem sido passado aos nossos jovens é querer só prazer. Isto inclui ser feliz a qualquer preço, ser dono do tempo, ter um espaço só seu, não esquentar, ter tudo aqui e agora, não ser feito para sentir dor, não aceitar nãos.

Colocar limites na escola implica em um apelo mais forte para a responsabilidade e à volta de mais rigidez e controle sobre os jovens. Cabe a escola orientar a criação de grupos culturais, esportivos e religiosos e incentivar a formação de grupos jovens para a discussão de seus problemas sociais, afetivos e espirituais.

Na prevenção ao uso de drogas é necessário que se assuma que o uso de drogas é um ato condenável, não aceito, prejudicial a saúde do corpo e do espírito. É producente a educação afetiva, a melhoria da auto estima, a capacidade de lidar com a ansiedade, a habilidade de agir e decidir em grupo, a capacidade de resistir as pressões do grupo.

A defesa de um estilo de vida saudável, sem drogas, é parte integrante de um bom programa de prevenção na escola. O trabalho tem que ser continuo. Não bastam campanhas passageiras.

A ênfase do programa de prevenção deve ser a valorização da vida, o prazer de viver, a amizade, a alegria de estar de bem com a saúde e a vida, as qualidades do bem viver, e não a droga. É preciso dar formação e informação.

 

A participação pessoal

 

Todas as coisas são criadas duas vezes. Primeiro são imaginadas, planejadas em nossa mente, depois são realizadas de fato. Quando alguém vai construir uma casa, primeiro faz um projeto, faz os orçamentos. Só depois, com a casa na mente, inicia a construção propriamente dita.

Assim também acontece com a vida. Mas, muitas vezes, nós permitimos que outros realizem a primeira criação. Isto é normal na infância, na medida que entramos na adolescência precisamos começar a fazer as nossas criações, a tomar decisões e assumir responsabilidades.

Para que as coisas aconteçam de uma maneira eficiente e eficaz, é importante que tenhamos sempre em mente objetivos para a vida. Precisamos saber para onde queremos ir. De nada adianta todo o esforço se estivermos no caminho errado.

Conhecendo nossos objetivos, precisamos ter persistência em persegui-los. As coisas na vida da gente acontecem como na natureza. A semente transforma-se em pequena planta, que cresce, produz flores e sementes. Cada um colhe o que semeia. Não existe atalho.

Se você precisa subir uma escada, precisa subir degrau por degrau. Assim também é na nossa vida. Precisamos caminhar sempre. Precisamos subir sempre.

É preciso ficar atento para não se perder em coisas sem importância. Precisamos fazer primeiro o que é mais importante.

Vale lembrar dos dez mandamentos: "Amarás o Senhor teu Deus sobre todas as coisas". Então, nosso primeiro compromisso, na nossa agenda semanal, é colocar Deus todos os dias em nossa vida. Depois vem a nossa vida, a nossa felicidade, a nossa saúde, o nosso amor, a nossa família, o nosso sustento, o nosso lazer... As prioridades quem define é você. Você faz a sua primeira criação.

A vida moderna torna as pessoas muito individualistas. Para que isto não nos prejudique, é importante que participemos de um grupo jovem ou grupo de casais. No grupo encontraremos oportunidade de partilha, de crescimento e de verdadeiras e sadias amizades.

O grupo precisa ter um programa de atividades diversificado para se manter atraente. Não basta reunir para rezar ou para brincar, para fazer festa. As únicas coisas que devem ser excluídas do grupo são a violência, a prostituição e as drogas, inclusive o álcool e o cigarro. Isto porque eles são contrários à vida.

Se você tem dúvidas sobre como preparar uma reunião de grupo, o livro "Escolha a felicidade - vida sem drogas", das Edições Loyola, tem quinze reuniões preparadas, com temas relacionados a Campanha da Fraternidade de 2001 cujo lema é "Vida sim, drogas não". Você vai gostar.

Baden Powell, fundador dos escoteiros, propõe alguns princípios muito úteis para a vida: Fazer sempre o melhor possível; Fazer todos os dias uma boa ação; Viver de modo que ao deixar este mundo ele esteja um pouco melhor por que nós passamos por ele.

Assim procedendo você estará assumindo a responsabilidade pela sua vida, pela sua felicidade, pela sua eternidade.

Todos os dias você pode escolher: Hoje eu vou ser feliz. Para isso você conta com os dons, os talentos e a graça de Deus. Faça a sua parte.

A repetição dos atos e das atitudes forma os hábitos. Você é o que você habitualmente faz.

Escolhendo a vida, você estará excluindo as drogas de sua vida. Você estará forte para dizer: Vida sim, drogas não.

 

Leia também

·        Escolha a felicidade - vida sem drogas

Nilo Momm e Juliana Camargo Momm

Edições Loyola

 

·        Prevenção as drogas

Nilo Momm e Vilsom Basso

Centro de Capacitação da Juventude da CNBB

 

·        Pastoral da Sobriedade

Nilo Momm

Edições Loyola

 

Publicado:

 

Jornal Missão Jovem

Março de 2001

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Nilo Momm