A maconha
Uma das plantas medicinais mais antiga conhecida pelo homem é a maconha. As primeiras
citações de uso da mesma aparecem em torno de 2737 a.C. no mais antigo texto medicinal conhecido, o Shen Nung Pen-Ts' ao King
que classificava as drogas como tônicas, efetivas e tóxicas. Era usada para cólicas menstruais, asma e inflamações da pele.
No século XII, os árabes lutavam ferozmente e matavam cruelmente sob o efeito do haxixe.
Eram os haschicins, termo que deu orígem à palavra assassino. Haxixe é a resina concentrada excretada pela planta fêmea da
cannabis sativa.
A maconha chegou a Europa somente no final do século XVIII, trazida da China, Índia e
Oriente Médio, seguindo após para a África e as Américas.
Foi classificada por Linné, em 1753, como Cannabis sativa. Era utilizada pelas suas propriedades
têxteis e medicinais.
No Brasil chegou na época das capitanias hereditárias em fins do século XVIII e era usada
principalmente para a produção de fibras têxteis.
Até 1937, quando foi proibida por lei nos Estados Unidos, ainda era usada na forma de
chás para combater a dor, a asma e o estresse.
Foi em 1964 que o pesquisador Raphael Mechoulan, da Universidade de Telaviv, em Israel,
descobriu o THC (tetrahidrocanabinol), princípio ativo responsável pelos efeitos nocivos da planta. A planta produz mais de
quatrocentos produtos químicos ativos, sendo sessenta e um canabinóis, sendo alguns psicoativos.
Em 1991 foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como sendo um medicamento.
A maconha é uma erva da família "Moraceae", originária da Ásia, e contém cerca de sessenta e um derivados, os canabinóides;
os três principais são o canabinol, o canabidiol e o tetrahidrocanabinol, este o mais potente. É conhecida também como cânhamo.
No início dos anos setenta surgiram na Europa e nos Estados Unidos os primeiros medicamentos
a base de THC sintético, com uso autorizado em casos especiais em pacientes com câncer e aids. Existem no mercado o Marinol
(EUA) e o Nabilone (Canadá) sendo indicados para a diminuição da dor, alívio das náuseas e vômitos provocados pela quimioterapia,
aumento do apetite, relaxamento dos músculos na esclerose múltipla, regular a ação dos líquidos da córnea e da íris no caso
de glaucoma.